Os discos e a vida.

Maximiliano Alves
3 min readMay 27, 2022

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Enquanto escrevo estou escutando Simon & Garfunkel — The Concert in Central Park, que é um dos meus discos preferidos da vida.

Faz alguns dias que estou bem reflexivo com todas as coisas que acontecem e que penetram como balas em nosso peito, e em todas as vezes que assumo esse modo reflexivo, sempre chego no contraponto entre Os discos e a vida.

Pode não parecer, mas discos são bem similares a nossa vida, porém com uma breve diferença: nós podemos ver o disco passar por completo e, quando virmos a nossa vida passar por completo em nossa frente, provavelmente estaremos em nosso últimos momentos. Toda vez que busco um disco automaticamente eu ligo ele ao meu humor, pois esse é um momento único que nunca será repetido, não da mesma forma! Como alguns ou os ‘mais antigos’ sabem, um toca-discos funciona com um motor que faz girar um prato e neste prato nós colocamos o disco e então pousamos uma agulha sobre o disco. Essa agulha pode ser feita de safira, diamante ou algum material extremamente liso e duro ao mesmo tempo para que, ao girar o disco, quando ocorre essa fricção em microsulcos impressos no disco, com o uso da agulha ela cria faces, o que pode ir danificando o disco e assim ele se vai indo, alguns com mais tempo de uso, outro com menos tempo de uso e ainda alguns podem simplesmente estragar por não serem tocados e armazenados em lugares irregulares.

Nossa vida é como os discos, todo dia quando acordamos com a agulha pousa em nosso disco, assim como quando não cuidamos das agulhas em nossa vida, ela cria face e consequentemente cria ranhuras em nós, a cada dia que passa podemos tocar a mesma música, mas nunca seremos os mesmo, o som nunca é o mesmo e o veludo que acompanha perde ou ganha brilho. Mas qual o motivo do perder ou ganhar brilho? Se assim como o disco estamos com ranhuras, como conseguimos ganhar brilho? É impossível não haver brilho nos chiados de um disco sendo tocado. Assim como os discos devemos cultivar nosso prato, agulhas e o disco para que soframos menos ranhuras e possamos tocar por mais tempo, mas, assim como os discos, nunca saberemos quando será a última vez que será tocado ou qual será a última música. Por isso, quando acordar, acorde para valer, quando a agulha pousar em seu disco faça valer cada faixa que percorre os 1440 minutos do seu disco, pois o amanhã, ahhh ninguém sabe do amanhã! Vamos, seu disco está tocando e você está fazendo valer a pena?

Um dia vai tocar sua última música e você viveu ou ficou esperando?

E se chegou aqui, sim! Eu normalmente jogo algumas palavras em alguns textos aqui falando sobre qualidade de software e provavelmente vai continuar sendo assim, mas mudar a regra, fazer diferente e soltar algo preso dentro da gente também é bom!

Um agradecimento especial ao meu amigo Elias Medeiros que ajudou na correção. ❤

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Maximiliano Alves

QA Lead, Software automation lover, musician and in love with automation for mobile projects.